segunda-feira, 19 de julho de 2010

Amizade e amor verdadeiro, o que é?




Bruno e Maka - A amizade nem mesmo a força do tempo ira destruir, amor verdadeiro.
Será?
Na noite de 18 de Julho de 2010, um programa de televisão de muita audiência exibiu em primeira mão as imagens e o áudio contendo algumas declarações do goleiro Bruno, acusado junto com outras pessoas pela possível morte de Eliza Samudio.
Meu objetivo não é focalizar os fatos do possível crime, mas, fazer uma analogia comparativa entre o que realmente é amizade e amor verdadeiro. Nas costas de Macarrão, amigo do goleiro, fora tatuado a frase: “Bruno e Maka - A amizade nem mesmo a força do tempo ira destruir, amor verdadeiro”
Aparentemente isso é um ato vinculado ao amor real e verdadeiro, a amizade excelente entre dois amigos... Só aparentemente!
Até onde dura uma amizade que nem a força do tempo pode destruir? O que realmente é um amor verdadeiro e uma amizade verdadeira segundo a frase tatuada?
São nos momentos críticos da vida que as coisas começam a se esclarecer, são nestes momentos que o real sentimento vem à tona!
Repito que não é meu objetivo aqui, de maneira alguma dar foco a possível participação dos envolvidos, mas sim demonstrar o real valor e objetivo de uma amizade e amor verdadeiro e o que se espera destes sentimentos. Na matéria do programa da noite de 18 de Julho, o goleiro, vendo que a situação havia se complicado, passa a transferir responsabilidades e, da a entender que o culpado do possível crime é justamente o seu “melhor amigo” o amigo do amor verdadeiro, da amizade que não tem fim, todavia pelo que observamos o amor e a amizade começam a ter fim declaradamente, na verdade começa a ser demonstrado que só palavras sem verdadeiras atitudes, de nada vale, e que, amizade verdadeira não é ser conivente com os erros do seu “amigo”, mas sim trazer um direcionamento correto e alertar sobre os perigos de uma atitude errada.
Não sabemos o que realmente aconteceu, esse é o trabalho das autoridades competentes, mas, podemos extrair lições disso tudo.
Primeiro, observamos que em momentos críticos o que vale mais são os interesse pessoais e que o dito amor e amizade já não tem tanta primazia assim, há transferências de responsabilidades.
Segundo, se realmente partiu de um dos acusados a idéia de uma possível execução (não estou afirmando nada, apenas usando o exemplo para fazer comparações) é nessa hora que deveria fluir o verdadeiro amor, fruto de uma amizade excelente que visa preservar e alertar o outro dos erros e possíveis conseqüências do mesmo.
Temos um exemplo clássico desse tipo de erro na passagem bíblica de 2 Sm 11.14-17, em que o Rei Davi dá ordem a Joabe, comandante do seu exército para que colocasse Urias, esposo de Bate-Seba em um ponto estratégico na batalha afim de que o mesmo fosse morto em combate, observe que, Joabe aceita as ordens do seu líder e também amigo Davi sem pensar, sem observar que aquela atitude não era a correta. A atitude correta de um verdadeiro amigo em um caso como esse seria mais ou menos assim:
“- Meu senhor, rei e amigo, com o devido respeito, o senhor está completamente errado em sua atitude, o senhor esta colocando um de nossos companheiros em um local onde não há como ele sair vitorioso na batalha, nesse local é certo que ele vai morrer, eu não posso ser conivente com esse erro tão grande, por eu querer seu bem e ser seu amigo eu te digo essa verdade... Davi o senhor está errado!”
Joabe teve participação, cumplicidade na atitude de Davi, atitude essa originada pelo seu pecado com Bate Seba. Como seria bom se Joabe tivesse a atitude descrita acima, poderíamos dizer hoje que ele é um exemplo de amizade, porém a realidade não é essa.
Um amigo verdadeiro para mim é o profeta Natã, que mesmo sabendo dos riscos que ele corria em quem sabe nãos ser bem interpretado por Davi que estava tomado de atitudes pecaminosas, mesmo assim ele confrontou ao Rei, de uma forma sábia, mas confrontou o erro e suscitou arrependimento veja o capítulo 12 e 2 Sm e também o Sl 51... Isso é amizade!
Amizade foi o ato de Paulo em confrontar Pedro em Gl 2. 11-13 quando este agia com “atitude condenável” (NVI) com os gentios e os judeus... Isso é amizade!
O maior exemplo é Jesus Cristo, exemplo de amor, de amizade verdadeira, vejamos Jo 15, 9-17:
Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.
Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo.
O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.
Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando.
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.
Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.
Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros.

Ó quão grande amor e amizade expressada nesta passagem bíblica, Jesus está dando as últimas instruções aos seus discípulos, o calvário estava se aproximando, era um momento de fortes emoções, de tensão, de nervos a flor da pele, a humanidade de Jesus com certeza estava apreensiva, isso é observado melhor logo à frente no Jardim do Getsêmani. A pesar de tudo isso Jesus declara que já não chamaria mais os discípulos de servos, mas de amigos, e que ninguém tem maior amor do que esse o de dar a vida em favor dos seus amigos, veja que Jesus co-relaciona os termos amor e amizade.
Ele poderia ter transferido responsabilidades, acusado aos que estavam a sua volta dizendo: “ esta cruz não é para mim, a culpa não é minha, e não tenho nada haver com o pecado do Éden...” mas não, Jesus declara “ eu dou a vida em favor dos meus amigos “, aleluia!
No ato da traição o Cristo olha para Judas e diz: “amigo” Jesus não estava sendo hipócrita, ou falso com Judas, mas, Ele estava demonstrando que apesar de tudo Ele o compreendida, compreendia sua falha e lhe estava dando a chance de se redimir, pena que Judas não aproveitou tamanho amor e amizade a ele apresentado
Essa é a amizade verdadeira, amizade do amor ágape, do amor sacrifícial, não a amizade de conveniência, que diz que ama e que preza o “amigo” apenas enquanto este tem algo a lhe oferecer, é o amor altruísta que não preza seus próprios interesses, não é obtido por moeda de troca. É bem verdade que estamos um tanto longe dessa realidade de aplicarmos esse amor e amizade que tem como base o exemplo do Cristo, se faz necessário nos esforçar e procurar escolher bem as nossas amizades e fazer jus a essa amizade quando alguém coloca sobre nós confiança e nos tem como amigo de verdade.
Sobre tudo fica a certeza de Jesus, quanto ao amor com que Ele nos amou, a amizade que ele demonstrou e ainda demonstra, Ele prometeu que estaria conosco todos os dias, repito, todos os dias, não é só no dia bom, no dia da festa, no dia da conquista, no dia da churrascada, no dia dos restaurantes, no dia da conta gorda no banco... Todos os dias, nos dias maus, nos dias dos fracassos, das tribulações, dos vales, dos desertos o Amigo que ama de verdade está ao seu lado, sua palavra é verdadeira Ele prometeu!
Amor verdadeiro, e amizade que nem a força do tempo pode destruir é o amor de Deus que está em Cristo Jesus, este amor foi demonstrado no calvário no alto da rude cruz.
Isso é amor e amizade verdadeira!
Diz uma parte de um antigo hino da Harpa Cristã: “achei um bom amigo, Jesus o Salvador...”

Ev. Fabiano Giacomelli
19/07/2010

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